quarta-feira, dezembro 22, 2010
Projeto para Escultura I
Rosetta stone em portunholish, com trecho da Carta da Jamaica, escrita por Simón Bolívar, em português, espanhol e inglês.
segunda-feira, dezembro 06, 2010
é pra sair da realidade e adentrar o que podemos, é pra falar fundo? então te digo que te memoro e que resolvo que a conseqüência da dignidade ofertosa relembra ensejos eferventes, vibrante, pungente, contrariante. não pensa você que é domável porque não é. é surfável, é processo, a onda está aí porque é e isso basta. e é tudo.
emergente.
Manoel de Barros
Um olhar
Eu tive uma namorada que via errado. O que ela via não era uma garça na beira do rio. O que ela via era um rio na beira da garça. Ela despratava as normas. Dizia que o seu avesso era mais visível do que um poste. Com elas as coisas tinham que mudar de comportamento. Aliás, a moça me contou uma vez que tinha encontros diários com as suas contradições. Acho que essa freqüência nos encontros ajudava a ver seu oblíquo. Falou po acréscimo que
emergente.
Manoel de Barros
Um olhar
Eu tive uma namorada que via errado. O que ela via não era uma garça na beira do rio. O que ela via era um rio na beira da garça. Ela despratava as normas. Dizia que o seu avesso era mais visível do que um poste. Com elas as coisas tinham que mudar de comportamento. Aliás, a moça me contou uma vez que tinha encontros diários com as suas contradições. Acho que essa freqüência nos encontros ajudava a ver seu oblíquo. Falou po acréscimo que
quarta-feira, novembro 17, 2010
enquadrando as arestas, arredondando as pontas
e convertendo e nominando e condizendo e conversando e se enquadrando, enrijescendo, e panfleteando e compreendendo.
competição sempre há, há que rir dela e entendê-la. E conquistá-la e suspendê-la
e disfarçá-la e admiti-la
que a chuva desça sobre mim
que o estampado tenha um fim
que a coisa toda se publique
e pretendendo dignifique
basta agradecer em vez de reclamar
basta compreender, basta se gostar
competição sempre há, que aperfeiçoar para crescer em cooperação. para formar a célula. em vez de eliminar o adversário, construir com ele algo maior, um corpo distinto, novo, resplandescente da experiência compartida. um organismo que se ajuda e se gere com amor e intenções. e tolerância e respeito. e desapego
enquadrando as arestas, arredondando as pontas
noite, há horas te espero
competição sempre há, há que rir dela e entendê-la. E conquistá-la e suspendê-la
e disfarçá-la e admiti-la
que a chuva desça sobre mim
que o estampado tenha um fim
que a coisa toda se publique
e pretendendo dignifique
basta agradecer em vez de reclamar
basta compreender, basta se gostar
competição sempre há, que aperfeiçoar para crescer em cooperação. para formar a célula. em vez de eliminar o adversário, construir com ele algo maior, um corpo distinto, novo, resplandescente da experiência compartida. um organismo que se ajuda e se gere com amor e intenções. e tolerância e respeito. e desapego
enquadrando as arestas, arredondando as pontas
noite, há horas te espero
terça-feira, outubro 19, 2010
Clóvis Da Rolt
(http://escafandro-respire.blogspot.com/2008_09_01_archive.html)
(In) utilidades
Não tenho vocação para a seriedade. Não me levem a sério. Não me chamem pelo nome, essa coisa insolúvel que adestra o ouvido e sempre me coloca entre os primeiros na lista dos mortos. Não, eu não quero servir um copo d’água, tampouco dar uma demão de tinta numa parede ou pagar o plano de saúde. Esbocei, às pressas, o meu projeto de vida. Tenho até o resto dos meus dias para executá-lo. Eis o que quero para a minha vida: Tatuar uma prece no vento. Fazer anéis com peixes dourados. Blasfemar em três línguas para um tríplice perdão. Guardar no bolso a própria sombra. Descobrir o gene da ausência. Nascer duplo para não precisar de espelhos. Ajustar as calotas polares aos pneus dos carros. Alfabetizar um pássaro para descobrir sua caligrafia. Extrair espinhos do umbigo da lua. Fecundar a areia para erigir castelos. Escrever uma bíblia para ateus. Declarar amor a um desconhecido. Esculpir um cemitério na garganta. Esboçar o retrato-falado do vermelho. Violentar um vidro de insônia. Imitar o gesso das pálpebras. Apertar a fivela do tempo. Guardar a morte numa gaveta. Orquestrar os parafusos da rua. Pentear um canteiro de violetas. Celebrar a liturgia dos fósseis. Trapacear o ensinamento das pérolas. Beber um rio sem gelo. Tricotar um gorro de arame farpado. Legalizar a procriação dos ácaros. Despir um santo para atestar sua humanidade. Queimar os livros que contêm a palavra fogo. Castigar o sorriso por não usar meias. Bordar um dicionário nos dedos. Desnudar o sexo das camas. Pagar a verdade em prestações. Soletrar o pecado dos sapatos. Engravidar relógios. Roer a margem do silêncio. Testemunhar o suicídio das pedras. Interpretar a gagueira da mímica. Confundir os pés da maresia. Ensinar álgebra aos vaga-lumes. Escrever um livro com os cabelos. Emascular o demônio para o triunfo da brisa. Tatear o teto da lã. Forjar o portão do espírito. Desdenhar a miséria dos cobertores. Afagar a língua dos violinos. Masturbar a dobradiça dos verbos. Engolir o sino da noite. Perscrutar o vício das plantas. Aprender a psicologia das esponjas. Projetar uma lápide para a água. Envenenar as unhas do aço. Costurar dez sóis num travesseiro. Tirar a neblina do banho. Estudar a anatomia do veludo. Construir uma igreja no ventre do anzol. Decretar a democracia dos tijolos. Saciar a fome com palavras. Amamentar o sono com sangue. Polir o assoalho do crepúsculo. Dissolver o guache do oxigênio. Filtrar a angústia pelos rins. Aprisionar Deus num cofre. Plantar algodão no oceano. Aderir à religião das aranhas. Deixar recados no mural dos calcanhares. Embriagar telefones. Esperar a visita dos cílios. Contar piadas ao detector de mentiras. Processar as portas por calúnia. Procurar a justiça num tonel de dentes. Despachar a boca pelo correio. Encomendar um féretro para os martelos. Construir uma ponte com as vértebras da luz. Guerrilhar na fronteira dos tapetes. Acompanhar o cortejo das montanhas. Cunhar moedas no tímpano. Parar um trem-bala com um bocejo. Dobrar o joelho dos postes. Curar a anemia das brasas. Proteger o amor com uma muralha de pó. Dançar com um vestido de escamas. Subir ao topo do fim.
Publicado no Jornal Gazeta de Bento Gonçalves, em 23/09/08
(In) utilidades
Não tenho vocação para a seriedade. Não me levem a sério. Não me chamem pelo nome, essa coisa insolúvel que adestra o ouvido e sempre me coloca entre os primeiros na lista dos mortos. Não, eu não quero servir um copo d’água, tampouco dar uma demão de tinta numa parede ou pagar o plano de saúde. Esbocei, às pressas, o meu projeto de vida. Tenho até o resto dos meus dias para executá-lo. Eis o que quero para a minha vida: Tatuar uma prece no vento. Fazer anéis com peixes dourados. Blasfemar em três línguas para um tríplice perdão. Guardar no bolso a própria sombra. Descobrir o gene da ausência. Nascer duplo para não precisar de espelhos. Ajustar as calotas polares aos pneus dos carros. Alfabetizar um pássaro para descobrir sua caligrafia. Extrair espinhos do umbigo da lua. Fecundar a areia para erigir castelos. Escrever uma bíblia para ateus. Declarar amor a um desconhecido. Esculpir um cemitério na garganta. Esboçar o retrato-falado do vermelho. Violentar um vidro de insônia. Imitar o gesso das pálpebras. Apertar a fivela do tempo. Guardar a morte numa gaveta. Orquestrar os parafusos da rua. Pentear um canteiro de violetas. Celebrar a liturgia dos fósseis. Trapacear o ensinamento das pérolas. Beber um rio sem gelo. Tricotar um gorro de arame farpado. Legalizar a procriação dos ácaros. Despir um santo para atestar sua humanidade. Queimar os livros que contêm a palavra fogo. Castigar o sorriso por não usar meias. Bordar um dicionário nos dedos. Desnudar o sexo das camas. Pagar a verdade em prestações. Soletrar o pecado dos sapatos. Engravidar relógios. Roer a margem do silêncio. Testemunhar o suicídio das pedras. Interpretar a gagueira da mímica. Confundir os pés da maresia. Ensinar álgebra aos vaga-lumes. Escrever um livro com os cabelos. Emascular o demônio para o triunfo da brisa. Tatear o teto da lã. Forjar o portão do espírito. Desdenhar a miséria dos cobertores. Afagar a língua dos violinos. Masturbar a dobradiça dos verbos. Engolir o sino da noite. Perscrutar o vício das plantas. Aprender a psicologia das esponjas. Projetar uma lápide para a água. Envenenar as unhas do aço. Costurar dez sóis num travesseiro. Tirar a neblina do banho. Estudar a anatomia do veludo. Construir uma igreja no ventre do anzol. Decretar a democracia dos tijolos. Saciar a fome com palavras. Amamentar o sono com sangue. Polir o assoalho do crepúsculo. Dissolver o guache do oxigênio. Filtrar a angústia pelos rins. Aprisionar Deus num cofre. Plantar algodão no oceano. Aderir à religião das aranhas. Deixar recados no mural dos calcanhares. Embriagar telefones. Esperar a visita dos cílios. Contar piadas ao detector de mentiras. Processar as portas por calúnia. Procurar a justiça num tonel de dentes. Despachar a boca pelo correio. Encomendar um féretro para os martelos. Construir uma ponte com as vértebras da luz. Guerrilhar na fronteira dos tapetes. Acompanhar o cortejo das montanhas. Cunhar moedas no tímpano. Parar um trem-bala com um bocejo. Dobrar o joelho dos postes. Curar a anemia das brasas. Proteger o amor com uma muralha de pó. Dançar com um vestido de escamas. Subir ao topo do fim.
Publicado no Jornal Gazeta de Bento Gonçalves, em 23/09/08
terça-feira, setembro 21, 2010
um poema de Adonis
Que é uma estrada?
Manifesto de partida
escrito numa página chamada terra.
Que é uma árvore?
Lago verde
Cujas ondas são vento.
Que é um espelho?
Uma segunda face
um terceiro olho.
Que é a praia?
Colchão para ondas cansadas.
Que é uma cama?
Noite dentro da noite.
Que é uma rosa?
Cabeça a decapitar.
Que é um travesseiro?
Primeiro degrau na escada da noite.
Que é a terra?
Futuro do corpo.
...
Que são lágrimas?
Uma guerra que o corpo perdeu.
...
Que é a nudez?
O começo do corpo.
Que é a memória?
Uma casa para abrigar coisas ausentes.
...
Que é escuridão?
O ventre de uma mulher grávida do sol.
...
Que é um beijo?
Colheita visível do invisível.
Que é a angústia?
Vincos na seda dos nervos.
Que é uma metáfora?
Um anel no dedo do acaso.
Que é um abraço?
O terceiro dos dois.
Que é o sentido?
O começo do absurdo
e o fim dele.
Nascido na Síria em 1930, Ali Ahmed Said adotou o pseudônimo de Adonis. Radicou-se depois em Beirute, no Líbano, e vive atualmente em Paris. É muitas vezes citado como candidato ao Nobel. Cito trechos de seu longo poema "Guia de Viagem pela Floresta do Sentido", a partir da tradução para o inglês publicada na revista Rattapallax número 12 (editora 34).
in http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/arch2006-07-01_2006-07-31.html)
Manifesto de partida
escrito numa página chamada terra.
Que é uma árvore?
Lago verde
Cujas ondas são vento.
Que é um espelho?
Uma segunda face
um terceiro olho.
Que é a praia?
Colchão para ondas cansadas.
Que é uma cama?
Noite dentro da noite.
Que é uma rosa?
Cabeça a decapitar.
Que é um travesseiro?
Primeiro degrau na escada da noite.
Que é a terra?
Futuro do corpo.
...
Que são lágrimas?
Uma guerra que o corpo perdeu.
...
Que é a nudez?
O começo do corpo.
Que é a memória?
Uma casa para abrigar coisas ausentes.
...
Que é escuridão?
O ventre de uma mulher grávida do sol.
...
Que é um beijo?
Colheita visível do invisível.
Que é a angústia?
Vincos na seda dos nervos.
Que é uma metáfora?
Um anel no dedo do acaso.
Que é um abraço?
O terceiro dos dois.
Que é o sentido?
O começo do absurdo
e o fim dele.
Nascido na Síria em 1930, Ali Ahmed Said adotou o pseudônimo de Adonis. Radicou-se depois em Beirute, no Líbano, e vive atualmente em Paris. É muitas vezes citado como candidato ao Nobel. Cito trechos de seu longo poema "Guia de Viagem pela Floresta do Sentido", a partir da tradução para o inglês publicada na revista Rattapallax número 12 (editora 34).
in http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/arch2006-07-01_2006-07-31.html)
segunda-feira, agosto 30, 2010
segunda-feira, agosto 16, 2010
Cuando obreros empiezan a construir un puente, cuando algún mago presenta una cuerda en un escenario, cuando unos niños juegan a jalar la reata, cuando un equilibrista callejero tiende un cable, invariablemente hay un momento en que la cuerda cuelga entre dos puntos, y sonrie.
Philippe Petit, To reach the Clouds. My high wire walk between the Twin Towers, Londres, Faber and Faber, 2003.
Philippe Petit, To reach the Clouds. My high wire walk between the Twin Towers, Londres, Faber and Faber, 2003.
segunda-feira, agosto 09, 2010
God Exists, the Mother is there, but they no longer care
Impure Company/Hooman Sharifi, Noruega
Textos traduzidos (trechos de Hannah Arendt, Pater Handke, Roland Barthes e Friedrich Nietzsche)
Deus existe, a mãe está presente, mas eles não se importam mais
Toda política e uma luta de poder. O grau máximo do poder é a violência. Poder e violência são opostos; onde um reina absolutamente, o outro está ausente.
A violência aparece onde o poder está em risco.
Opostos não se destroem, mas desenvolvem-se suavemente um dentro do outro porque as contradições não paralisam, e sim promovem o seu desenvolvimento. A violência não pode ser derivada de seu oposto, que é o poder.
A violência destrói o poder.
A violência é incapaz de criar poder.
Quem escreveu a história das lágrimas? Em que sociedades, em que períodos nós choramos? Por que a "sensibilidade", num certo momento foi transformada em "sentimentalidade"?
O poder não precisa de justificativas, sendo inerente à própria existência das comunidades políticas; o que ele precisa é de legitimidade.
A violência pode ser justificável, mas nunca será legítima.
A violência pode sempre destruir o poder; fora do cano de uma arma cresce o comando mais efetivo, resultante da mais instantânea e perfeita obediência. O que não pode nunca crescer fora da violência é o poder.
A extrema forma de poder é TODOS contra UM.
A extrema forma de violência é UM contra TODOS.
A verdade plana sobre mim como uma nuvem.
Ela me golpeia com uma luz invisível.
A sua felicidade sobe lentamente para mim.
Venha, venha, verdade amada.
(...)
O silêncio em breve vai invadir todas as vidas barulhentas destas pessoas sedentas de viver. É sempre como no último momento da partida de um navio de imigrantes: as pessoas têm mais a dizer uns aos outros do que jamais tiveram, a hora é tardia, e o oceano e seu siliencio desolador esperam impacientemente detrás de todo este barulho.
Antes que eu fosse, eu era.
Antes de ter me tornado, eu sou
Então eu sou aquilo que eu terei me tornado.
Eu terei me tornado aquilo que eu era.
Eu era tão logo eu terei me tornado.
Eu terei me tornado tão logo eu serei.
Eu serei enquanto eu terei me tornado.
Eu me tornarei porque eu sou.
Eu sou aquele que eu sou.
Eu não tenho diálogo com instrumentos do poder, do pensamento, do conhecimento, da ação. Eu não sou necessariamente "despoliticado". Eu sou meramente suspenso de ser humano, longe das coisas humanas. Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Textos traduzidos (trechos de Hannah Arendt, Pater Handke, Roland Barthes e Friedrich Nietzsche)
Deus existe, a mãe está presente, mas eles não se importam mais
Toda política e uma luta de poder. O grau máximo do poder é a violência. Poder e violência são opostos; onde um reina absolutamente, o outro está ausente.
A violência aparece onde o poder está em risco.
Opostos não se destroem, mas desenvolvem-se suavemente um dentro do outro porque as contradições não paralisam, e sim promovem o seu desenvolvimento. A violência não pode ser derivada de seu oposto, que é o poder.
A violência destrói o poder.
A violência é incapaz de criar poder.
Quem escreveu a história das lágrimas? Em que sociedades, em que períodos nós choramos? Por que a "sensibilidade", num certo momento foi transformada em "sentimentalidade"?
O poder não precisa de justificativas, sendo inerente à própria existência das comunidades políticas; o que ele precisa é de legitimidade.
A violência pode ser justificável, mas nunca será legítima.
A violência pode sempre destruir o poder; fora do cano de uma arma cresce o comando mais efetivo, resultante da mais instantânea e perfeita obediência. O que não pode nunca crescer fora da violência é o poder.
A extrema forma de poder é TODOS contra UM.
A extrema forma de violência é UM contra TODOS.
A verdade plana sobre mim como uma nuvem.
Ela me golpeia com uma luz invisível.
A sua felicidade sobe lentamente para mim.
Venha, venha, verdade amada.
(...)
O silêncio em breve vai invadir todas as vidas barulhentas destas pessoas sedentas de viver. É sempre como no último momento da partida de um navio de imigrantes: as pessoas têm mais a dizer uns aos outros do que jamais tiveram, a hora é tardia, e o oceano e seu siliencio desolador esperam impacientemente detrás de todo este barulho.
Antes que eu fosse, eu era.
Antes de ter me tornado, eu sou
Então eu sou aquilo que eu terei me tornado.
Eu terei me tornado aquilo que eu era.
Eu era tão logo eu terei me tornado.
Eu terei me tornado tão logo eu serei.
Eu serei enquanto eu terei me tornado.
Eu me tornarei porque eu sou.
Eu sou aquele que eu sou.
Eu não tenho diálogo com instrumentos do poder, do pensamento, do conhecimento, da ação. Eu não sou necessariamente "despoliticado". Eu sou meramente suspenso de ser humano, longe das coisas humanas. Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
Não pertenço a nenhum repertório.
terça-feira, junho 08, 2010
...E aqueles que foram vistos dançando, foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música. Friedrich Nietzsche
quarta-feira, maio 26, 2010
O projeto é o contrato.
De repente as coisas alucinam e as pessoas vibram e tudo entao é coisa e simplesmente a mente desloca-se serena para o anel do penacho
Sabendo satisfeita sufocar contente
O fato do cigarro do cantar pungente.
Adormecida de andorinha
Revigora no pacífico
Determina e contamina
O contato frente ao zinco
E depois de fantamina
Rememora o entreter
E convoca o sofrimento
pra encontrar todo o prazer.
A discuta é confidente
Do contato com o devir
A postura é habilmente
Desgarrada na londrina
Do remorso da ofensa
Do favor de compreender
Do relógio mentiroso
Que afasta o perceber.
Então eu rezo, e leio e escrevo
E prezo e trago e velo
E cheio eu choro o terço
Do versevice anelo.
Aqui tem poesia. E tenho dito.
Costumo compreender
O que toma o meu redor
Derturbo e o conviver
Cantando em Sol Maior
E faço a frigideira
Gostar de conviver
E torço a cidadela
Do espaço de viver
Sabendo satisfeita sufocar contente
O fato do cigarro do cantar pungente.
Adormecida de andorinha
Revigora no pacífico
Determina e contamina
O contato frente ao zinco
E depois de fantamina
Rememora o entreter
E convoca o sofrimento
pra encontrar todo o prazer.
A discuta é confidente
Do contato com o devir
A postura é habilmente
Desgarrada na londrina
Do remorso da ofensa
Do favor de compreender
Do relógio mentiroso
Que afasta o perceber.
Então eu rezo, e leio e escrevo
E prezo e trago e velo
E cheio eu choro o terço
Do versevice anelo.
Aqui tem poesia. E tenho dito.
Costumo compreender
O que toma o meu redor
Derturbo e o conviver
Cantando em Sol Maior
E faço a frigideira
Gostar de conviver
E torço a cidadela
Do espaço de viver
sexta-feira, maio 14, 2010
o discurso nunca pode ser categórico numa é poca de incertezas.
solaterapia
eu me lembro do florescimento, à beira do lago da piscina, debaixo do sol
vamos em frente, rumo à conexão, disse então conectado.
o mundo das coisas que se reacionam é cheio de brincadeira e diversão
de sentir-se parte de um todo maior.
de aprender e enxergar, de fazer sabedoria
de atender o significado
de conhecer o inesperado
não me dá tesão
quero beijar a todos
não tem como escrever sem mexer nos brios
e perduro o cansaço
pra me acostumar
e estudo o retrato
em busca do altar
a pessoa às vezes se acha
tem que se achar
depois de se perder
e se achar de novo
pra se perder depois
a pessoa fantástica tem grandes responsabilidades
o processo é movimento
vamos em frente, rumo à conexão, disse então conectado.
o mundo das coisas que se reacionam é cheio de brincadeira e diversão
de sentir-se parte de um todo maior.
de aprender e enxergar, de fazer sabedoria
de atender o significado
de conhecer o inesperado
não me dá tesão
quero beijar a todos
não tem como escrever sem mexer nos brios
e perduro o cansaço
pra me acostumar
e estudo o retrato
em busca do altar
a pessoa às vezes se acha
tem que se achar
depois de se perder
e se achar de novo
pra se perder depois
a pessoa fantástica tem grandes responsabilidades
o processo é movimento
terça-feira, maio 04, 2010
será estratégio ou contingente?
general ou necessário
espontâneo ou sonhador?
como será quando surfar?
suave e amoroso
com cuidado e doçura
ludmila sensitude na querência do leitor
brevidade e completude tomam conta do rancor
renegando o que duvida e a propõe acontecer
generosa e conclusiva abertura do conter
e permite a atitude com coragem e energia
e desnuda com palavras mas seguindo a melodia
de fazer o tempo inteiro a transfiguração
de gostar do derradeiro entregosto de louvor
general ou necessário
espontâneo ou sonhador?
como será quando surfar?
suave e amoroso
com cuidado e doçura
ludmila sensitude na querência do leitor
brevidade e completude tomam conta do rancor
renegando o que duvida e a propõe acontecer
generosa e conclusiva abertura do conter
e permite a atitude com coragem e energia
e desnuda com palavras mas seguindo a melodia
de fazer o tempo inteiro a transfiguração
de gostar do derradeiro entregosto de louvor
segunda-feira, abril 19, 2010
O Ciclo dos Estados
por Marcus Fabiano Gonçalves em "O Resmundo das Calavras" WS Editor
estou azedo e gasoso
como hálito de um arroto
disperso-me
em névoa de gotículas
aerossol pulverizado
em minúsculas partículas
propagações vaporizadas
dispersões aspergidas
em nuvens borrifadas
mas não vejo a hora
de voltar a líquido
e condensar-me
em gotas inteiras
mililitros todos
tornar-me aquoso
e assim de novo
prestes ao gasoso
meu ciclo de humor
é desse modo chuvoso:
não começa nem termina
e é sempre sem repouso
estou azedo e gasoso
como hálito de um arroto
disperso-me
em névoa de gotículas
aerossol pulverizado
em minúsculas partículas
propagações vaporizadas
dispersões aspergidas
em nuvens borrifadas
mas não vejo a hora
de voltar a líquido
e condensar-me
em gotas inteiras
mililitros todos
tornar-me aquoso
e assim de novo
prestes ao gasoso
meu ciclo de humor
é desse modo chuvoso:
não começa nem termina
e é sempre sem repouso
sábado, abril 10, 2010
Guerreiro Solar Amarelo
eu represento a natureza
o desespero em compreender
e configuro a gentileza
pra ouvir de perto, reconhecer
e debulhando em campo aberto
o ser esperto de descansar
e porvenir em açucena
com recarrego, sem desmanchar
e perturbar a coisa toda
e ser de una
e ser mais um
e desculpar o abismo lodo
a coisa escura que encanta assim
Eu quero poder dizer essas coisas de uma maneira livre e desempedida. eu sei que as coisas tão andando
eu não tenho medo da espera, tou sempre aqui entendendo, e fazendo, e gostando e dizendo.
fazer o trabalho e pronto, seja ele qual for.
E chamar as pessoas para vir. para almoçar, para conhecer a casa da montanha, o lugar de onde eu vejo o rio de janeiro
e tudo mais jogo num verso entitulado mal secreto
não tem plano, o jogo está em andamento
acredita eu vou recomeçar claro que sim
faz o que tu queres pois é tudo da lei
o desespero em compreender
e configuro a gentileza
pra ouvir de perto, reconhecer
e debulhando em campo aberto
o ser esperto de descansar
e porvenir em açucena
com recarrego, sem desmanchar
e perturbar a coisa toda
e ser de una
e ser mais um
e desculpar o abismo lodo
a coisa escura que encanta assim
Eu quero poder dizer essas coisas de uma maneira livre e desempedida. eu sei que as coisas tão andando
eu não tenho medo da espera, tou sempre aqui entendendo, e fazendo, e gostando e dizendo.
fazer o trabalho e pronto, seja ele qual for.
E chamar as pessoas para vir. para almoçar, para conhecer a casa da montanha, o lugar de onde eu vejo o rio de janeiro
e tudo mais jogo num verso entitulado mal secreto
não tem plano, o jogo está em andamento
acredita eu vou recomeçar claro que sim
faz o que tu queres pois é tudo da lei
todos querem voltar e se entregar
entrar de novo no túnel divino, chegar até de onde todos saímos
com amor, com contato, com liberação e abertura.
Todos queremos isso
vamos fazer então?
vamos fazer o que tem que ser feito, vamos nos amarmos e nos gostarmos e nos dizermos e nos tentarmos
Vamos aceitar tudo aquilo que não é a gente como uma recompensa por toda beleza que a gente é.
Vamos freiar o julgamento e fazer maior.
Eliminando com delicadeza, com amor, tudo o que tem que ser eliminado
Para sermos puros e faceiros e alegres e gentis.
Vamos ser como o menino alegre que sorri pra vida depois de enfrentar a escuridão. Vamos ser felizes, vamos não ser massacradores
Vamos não ser chefes, não termos assistentes, vamos ser irmãos, em igualdade, em fazer, em lealdade, em fé, em sonhos, em deveres, em consolos, em prazeres.
Tá, tou relaxando e fazendo e gostando e curtindo e dourando e dizendo e testando e cobrindo.
entrar de novo no túnel divino, chegar até de onde todos saímos
com amor, com contato, com liberação e abertura.
Todos queremos isso
vamos fazer então?
vamos fazer o que tem que ser feito, vamos nos amarmos e nos gostarmos e nos dizermos e nos tentarmos
Vamos aceitar tudo aquilo que não é a gente como uma recompensa por toda beleza que a gente é.
Vamos freiar o julgamento e fazer maior.
Eliminando com delicadeza, com amor, tudo o que tem que ser eliminado
Para sermos puros e faceiros e alegres e gentis.
Vamos ser como o menino alegre que sorri pra vida depois de enfrentar a escuridão. Vamos ser felizes, vamos não ser massacradores
Vamos não ser chefes, não termos assistentes, vamos ser irmãos, em igualdade, em fazer, em lealdade, em fé, em sonhos, em deveres, em consolos, em prazeres.
Tá, tou relaxando e fazendo e gostando e curtindo e dourando e dizendo e testando e cobrindo.
no ato
e o instante é escrever, a debulhar e compreender o que não dá mais pra ocultar e eu não posos mais calar
não me interessa o acontecido eu olho em frente sem abrigo pra definir o que é feito com a mente limpa de umbigo
e inauguro o argumento
e atravesso a condição
e contribuo pro momento sem vontade ou salvação
agradeço o acontecido me toucou, fazer o quê?
vou em busca do contido do vivaldo do fazer
da lembrante reconquista que desperta o bel-prazer
da astuta revisita do contato de poder
eu contenho o firmamento a constância passageira
o mergulho na piada e sessão de rebosteira
esculacho o que vem sendo feito em conta do cuidado
se relaxo na exigência é pensando no outro lado
naquele que se faz virgem de viver e de saber
que abandona a estrutura e entra em pranto de verter
se arrepende do desdito repergunta pra dizer
que não quer saber mais disso encontrou mais um clichê
não me interessa o acontecido eu olho em frente sem abrigo pra definir o que é feito com a mente limpa de umbigo
e inauguro o argumento
e atravesso a condição
e contribuo pro momento sem vontade ou salvação
agradeço o acontecido me toucou, fazer o quê?
vou em busca do contido do vivaldo do fazer
da lembrante reconquista que desperta o bel-prazer
da astuta revisita do contato de poder
eu contenho o firmamento a constância passageira
o mergulho na piada e sessão de rebosteira
esculacho o que vem sendo feito em conta do cuidado
se relaxo na exigência é pensando no outro lado
naquele que se faz virgem de viver e de saber
que abandona a estrutura e entra em pranto de verter
se arrepende do desdito repergunta pra dizer
que não quer saber mais disso encontrou mais um clichê
quarta-feira, janeiro 06, 2010
massagem com mundo
isso acontece, não tem jeito
às vezes eu me aproximo
tudo então é só o amor
eu adivinho e aconteço
o mundo tá salvo porque vai conhecer o Rio de Janeiro
eu simplesmente não contesto o que acontece
eu ajo em conta disso
remeto o verso em palma
desconto o contradito
e se tiver a fala
dependo do improviso
do amor que se avassala
tremendamente significativo
constantemente comprometedor
difusamente generoso
completo e arrebatador
retrato da consciência
da coisa que vem por dentro
espaço da reticência
suor de cada momento
respiro e circunflexo
ditoso e conseqüente
nublado a ver navios
transtorno que é reluzente
discurso que eu antepasso
acordo verticuloso
ciência da gambelagem
amor que rodeia o torto
lamento tão discontínuo
mensagem de ser constante
sabor que ninguém reprime
retrato que leva adiante
calor alimenta o peito
a pele, o rosto o pescoço
sabor de cada momento
cachorro tv colosso
às vezes eu me aproximo
tudo então é só o amor
eu adivinho e aconteço
o mundo tá salvo porque vai conhecer o Rio de Janeiro
eu simplesmente não contesto o que acontece
eu ajo em conta disso
remeto o verso em palma
desconto o contradito
e se tiver a fala
dependo do improviso
do amor que se avassala
tremendamente significativo
constantemente comprometedor
difusamente generoso
completo e arrebatador
retrato da consciência
da coisa que vem por dentro
espaço da reticência
suor de cada momento
respiro e circunflexo
ditoso e conseqüente
nublado a ver navios
transtorno que é reluzente
discurso que eu antepasso
acordo verticuloso
ciência da gambelagem
amor que rodeia o torto
lamento tão discontínuo
mensagem de ser constante
sabor que ninguém reprime
retrato que leva adiante
calor alimenta o peito
a pele, o rosto o pescoço
sabor de cada momento
cachorro tv colosso
terça-feira, janeiro 05, 2010
as coisas são o que elas querem ser, já dizia o Kiefer não sei se citando alguém.
auto-retrato 5
eu ajudo e inauguro
e despaço o sobreaviso
ignoro algo espúrio
levo a coisa pro sorriso
ando farta e levemente
entonando a coesão
faço força de repente
pra cuidar da multidão
lembro gestos
viro copas
cobro o dobro do indicado
faço letra tiro nota
ando só e acompanhado
e despaço o sobreaviso
ignoro algo espúrio
levo a coisa pro sorriso
ando farta e levemente
entonando a coesão
faço força de repente
pra cuidar da multidão
lembro gestos
viro copas
cobro o dobro do indicado
faço letra tiro nota
ando só e acompanhado
ai as idiossincrasias e coisas natas
ai as vidas passageiras e errantes
ai os casos olvidados
ai a aurora derramante
limpe os cacos junte os copos, ferva o tato lembre os mortos
ai as vidas passageiras e errantes
ai os casos olvidados
ai a aurora derramante
limpe os cacos junte os copos, ferva o tato lembre os mortos
almoceira
concomitantemente contamine o arroz
e faça dele seu prato integral
e faça dele seu prato integral
da feminilidade e amor constante
sê forte e autêntica
e expressiva
e coordenada
e habilitada
e corajosa
e ordinária
e negociante
deficitária
prometedora
concomitante
reveladora
revisitada
consoladora
ilusionária
e protetora
atormentada
y refletora
e expressiva
e coordenada
e habilitada
e corajosa
e ordinária
e negociante
deficitária
prometedora
concomitante
reveladora
revisitada
consoladora
ilusionária
e protetora
atormentada
y refletora
Cooperação
por Oscar Quiroga
A força do futuro
Das 23h50 de segunda-feira 4 de janeiro até 15h26 de terça-feira 5 de janeiro, horário de verão de Brasília, a Lua que míngua em Virgem está em oposição a Urano. No mesmo período, Vênus e Mercúrio estão em conjunção.
Esses assuntos que teimam em fugir do seu controle são as pistas que o misterioso destino estende a você para que perceba a necessidade de buscar a cooperação, estabelecendo vínculos com outras pessoas que tenham problemas semelhantes aos seus.
O poder da cooperação é tudo que nossa humanidade precisa reconhecer para ingressar naquele futuro glorioso com que tanto sonha, mas que tão pouco pratica.
A competição cumpriu sua função e foi boa e produtiva enquanto foi a nota dominante, mas agora precisa ser substituída pela cooperação, pela relação grupal harmoniosa.
A competição começou, por isso, a produzir mal em vez de benefícios. Enquanto isso, a cooperação acena com uma força insólita.
Por isso, veja nos assuntos que você não mais consegue dominar com sua força individual o aceno do misterioso destino atraindo sua atenção para o lado do estabelecimento de laços de colaboração e cooperação.
A força do futuro
Das 23h50 de segunda-feira 4 de janeiro até 15h26 de terça-feira 5 de janeiro, horário de verão de Brasília, a Lua que míngua em Virgem está em oposição a Urano. No mesmo período, Vênus e Mercúrio estão em conjunção.
Esses assuntos que teimam em fugir do seu controle são as pistas que o misterioso destino estende a você para que perceba a necessidade de buscar a cooperação, estabelecendo vínculos com outras pessoas que tenham problemas semelhantes aos seus.
O poder da cooperação é tudo que nossa humanidade precisa reconhecer para ingressar naquele futuro glorioso com que tanto sonha, mas que tão pouco pratica.
A competição cumpriu sua função e foi boa e produtiva enquanto foi a nota dominante, mas agora precisa ser substituída pela cooperação, pela relação grupal harmoniosa.
A competição começou, por isso, a produzir mal em vez de benefícios. Enquanto isso, a cooperação acena com uma força insólita.
Por isso, veja nos assuntos que você não mais consegue dominar com sua força individual o aceno do misterioso destino atraindo sua atenção para o lado do estabelecimento de laços de colaboração e cooperação.
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