segunda-feira, abril 19, 2010

O Ciclo dos Estados

por Marcus Fabiano Gonçalves em "O Resmundo das Calavras" WS Editor

estou azedo e gasoso
como hálito de um arroto

disperso-me
em névoa de gotículas
aerossol pulverizado
em minúsculas partículas

propagações vaporizadas
dispersões aspergidas
em nuvens borrifadas

mas não vejo a hora
de voltar a líquido
e condensar-me
em gotas inteiras
mililitros todos
tornar-me aquoso
e assim de novo
prestes ao gasoso

meu ciclo de humor
é desse modo chuvoso:
não começa nem termina
e é sempre sem repouso

sábado, abril 10, 2010

Guerreiro Solar Amarelo

eu represento a natureza
o desespero em compreender
e configuro a gentileza
pra ouvir de perto, reconhecer


e debulhando em campo aberto
o ser esperto de descansar
e porvenir em açucena
com recarrego, sem desmanchar


e perturbar a coisa toda
e ser de una
e ser mais um




e desculpar o abismo lodo
a coisa escura que encanta assim

Eu quero poder dizer essas coisas de uma maneira livre e desempedida. eu sei que as coisas tão andando
eu não tenho medo da espera, tou sempre aqui entendendo, e fazendo, e gostando e dizendo.

fazer o trabalho e pronto, seja ele qual for.

E chamar as pessoas para vir. para almoçar, para conhecer a casa da montanha, o lugar de onde eu vejo o rio de janeiro
e tudo mais jogo num verso entitulado mal secreto

não tem plano, o jogo está em andamento


acredita eu vou recomeçar claro que sim


faz o que tu queres pois é tudo da lei
todos querem voltar e se entregar
entrar de novo no túnel divino, chegar até de onde todos saímos
com amor, com contato, com liberação e abertura.
Todos queremos isso
vamos fazer então?
vamos fazer o que tem que ser feito, vamos nos amarmos e nos gostarmos e nos dizermos e nos tentarmos
Vamos aceitar tudo aquilo que não é a gente como uma recompensa por toda beleza que a gente é.
Vamos freiar o julgamento e fazer maior.
Eliminando com delicadeza, com amor, tudo o que tem que ser eliminado
Para sermos puros e faceiros e alegres e gentis.


Vamos ser como o menino alegre que sorri pra vida depois de enfrentar a escuridão. Vamos ser felizes, vamos não ser massacradores
Vamos não ser chefes, não termos assistentes, vamos ser irmãos, em igualdade, em fazer, em lealdade, em fé, em sonhos, em deveres, em consolos, em prazeres.

Tá, tou relaxando e fazendo e gostando e curtindo e dourando e dizendo e testando e cobrindo.

no ato

e o instante é escrever, a debulhar e compreender o que não dá mais pra ocultar e eu não posos mais calar
não me interessa o acontecido eu olho em frente sem abrigo pra definir o que é feito com a mente limpa de umbigo
e inauguro o argumento
e atravesso a condição
e contribuo pro momento sem vontade ou salvação

agradeço o acontecido me toucou, fazer o quê?
vou em busca do contido do vivaldo do fazer
da lembrante reconquista que desperta o bel-prazer
da astuta revisita do contato de poder

eu contenho o firmamento a constância passageira
o mergulho na piada e sessão de rebosteira
esculacho o que vem sendo feito em conta do cuidado
se relaxo na exigência é pensando no outro lado

naquele que se faz virgem de viver e de saber
que abandona a estrutura e entra em pranto de verter
se arrepende do desdito repergunta pra dizer
que não quer saber mais disso encontrou mais um clichê